Noite gelada de inverno. O ônibus da empresa que fazia a linha Porto Alegre-Montevidéu para na aduana brasileira, em Chuí. Os passageiros descem e entram no prédio de porta aberta, com funcionários encarangados de frio. Cumpridos os trâmites burocráticos, voltam rápido para o ônibus, que passa a fronteira e estaciona na frente da aduana uruguaia.
Com a porta fechada e uma lareira acesa, os funcionários estão confortáveis vestindo blusões de lã.
O frio era o mesmo, mas os poucos metros de distância indicavam a diferença com que brasileiros e uruguaios encaravam os rigores do inverno.
Muita gente comenta que adora as baixas temperaturas, apropriadas para um fondue com vinho tinto à beira do fogo, roupas charmosas, um fim de semana na Serra. Há também os que suportam melhor o frio. Para a maioria da população, no entanto, faltam roupas adequadas, as casas não tem isolamento térmico nem aquecimento . Sem falar nos irmãos que vivem nas ruas.
Para estes, o frio é um tormento.
Lar sem teto
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