sábado, 25 de maio de 2013
terça-feira, 21 de maio de 2013
UMA PRAGA CHAMADA CASUARINA
"Vamos pintar o Litoral de verde!"
Como um grito de guerra, disseminado aos quatro ventos pelas tevês, rádios e jornais gaúchos, milhares de mudas de casuarina equisetifolia foram distribuídas nos supermercados de Porto Alegre, da Região Metropolitana e no Horto Florestal de Tramandaí, no início da década de 1970. A Secretaria da Agricultura garantia que a árvore, espécie nativa da Austrália, era a única que conseguia sobreviver ao clima inóspito do litoral gaúcho. E os donos de casas de veraneio, as crianças, as donas de casa, os prefeitos municipais, todos acreditaram. Cobriram o Litoral de verde.
Só que a casuarina, apesar do nome sonoro, bonito, delicado, revelou-se uma praga. Onipresente, enfeia ruas, avenidas, calçadas, quintais, terrenos baldios. Suas sementes, espalhadas pelo vento, germinam por todo lado. Estão tomando conta das margens da Estrada do Mar, subiram para os Campos de Cima da Serra, se espraiaram até o Banhado do Taim, lá no sul. Egoista como só ela, é uma árvore que não dá flores nem frutas. No chão onde ela cresce - e como cresce rápido - nada mais brota. Uma praga, invasora e agressiva.
Nos últimos anos, proprietários de casas, incomodados com a sua sombra sufocante, começaram a cortá-las e, com surpresa, descobriram que há várias espécies nativas que as substituem, para a alegria dos pássaros e das borboletas.
Há alguns anos a prefeitura de Tramandaí teve a coragem de cortar as casuarinas da avenida da Igreja, uma das principais da cidade. Alguns moradores metidos a ambientalistas protestaram, em nome da preservação da natureza. Hoje a avenida, que era feia e triste, exibe flores e árvores nativas de pequeno porte.
No Imbé, cidade ao lado, a prefeitura mandou cortar as árvores da avenida Osório e de várias outras.
Em Florianópolis, a Câmara Municipal aprovou, em outubro de 2012, uma lei que determina a erradicação das casuarinas e dos eucaliptos do município e a sua substituição por espécies nativas (leia o texto no linck http://www.institutohorus.org.br/download/marcos_legais/Lei_PMF_9097.pdf
Desde então é probido o plantio e a venda de mudas e sementes dessas árvores. Quem sabe os prefeitos gaúchos seguem o exemplo da capital catarinense? A natureza e a beleza agradecem.
Imagine esta bela paisagem da beira do rio ajardinada, com arbustos floridos, bancos e equipamentos para o lazer de adultos e crianças
Avenida Osório, em Imbé, com as árvores cortadas
Avenida da Igreja, em Tramandaí, três anos depois do corte das casuarinas
sábado, 18 de maio de 2013
O ÚLTIMO FILME DA CANON
Aquarianos não são muito ligados a coisas do passado. Preferem carros modernos, se adaptam às novas situações com facilidade. Se o CD é mais prático e tem a mesma sonoridade que o disco de vinil, por que se agarrar aos bolachões?
Mas confesso que não está sendo fácil a despedida da minha velha e excelente Canon Eos analógica, companheira de tantas viagens. Tive de me render à evidência: são raros os laboratórios que ainda vendem e revelam filmes, o processo do clic até ver a imagem é demorado e complicado e, como não reconhecer, as câmeras digitais são muito mais fáceis de usar e têm ótima qualidade, mesmo aquelas do tamanho de uma carteira de cigaros.
A velha Canon não era usada há oito anos. Para aposentá-la com dignidade, levei-a numa assistência técnica para ser revisada. Então, bati o último filme.
Abaixo, belas fotos feitas com a Canon Eos analógica:
Um homem caminha pela paisagem congelada das cataratas do Niágara, lado canadense, em fevereiro de 1998.
Um cemitério localizado numa praça de Malmö, na Suécia, em setembro de 2002, com o tom surreal dos semitons em verde.
O guardião da praia do Imbé, RS. Em maio de 2013, a última foto da Canon analógica.
Clique duas vezes sobre as fotos para ampliá-las
quinta-feira, 16 de maio de 2013
segunda-feira, 13 de maio de 2013
21g pesa a minha alma
Se minha vida amor amanhã
soçobrar
nos escaninhos da escuridão sem volta
não fiques triste dentro de casa
a chorar pelos cantos
não deixes que o abandono
da solidão sem remédio se adone
de teu espírito livre
de teu corpo não te descuides
não durmas tanto que me olvides
expiradas minhas exéquias
desperta e levanta
repara que lá fora
novo dia abriu para ti
suas cores vivazes
repara como tudo se move
na luz desse dia
como tudo nesse movimento
é inquietante e seduz
tira do teu rosto a crepe do pesar
e o peso da angústia que acompanha o pensar
não penses não lembres não me lastimes
põe o teu melhor mais lindo vestido e sai
o que morreu morto está
real é a coisa sonhada
Pedro Port, em "Deus não conversa"
Capa de Rodrigo de Haro
quinta-feira, 9 de maio de 2013
domingo, 5 de maio de 2013
JÚLIO BENCHIMOL, DO PALATO
Ele dizia que, mesmo sem ser do ramo, teve a sorte de encontrar profissionais competentes e dedicados. Não foi apenas sorte: os funcionários garantem que ele foi o melhor patrão que já tiveram.
Há cinco anos, o Palato mudou de lado do rio Tramandaí. Passou a funcionar no Imbé, em prédio próprio, logo após a ponte, num ambiente moderno, agradável, com uma bonita vista para a lagoa. Quem se encarregou de tudo foi Valdir Cavalheiro, antigo garçom promovido a gerente. Nos últimos anos, por causa da doença de Alzheimer, o seu Júlio achou melhor delegar a ele a administração da empresa.
Com o tempo, Valdir começou a cuidar também do patrão. Como o seu estado de saúde se agravava, internou-o numa geriatria, onde o visitava a cada poucos dias, e depois na casa de uma família, para ter mais conforto. De vez em quando levava-o para desfrutar algumas horas no Palato, entre os clientes, como tanto gostava. Mas ele já estava bem debilitado.
Júlio Benchimol faleceu no dia 27 de abril de 2013, um sábado, aos 81 anos. A herdeira pretende vender o prédio, mas quer continuar com o restaurante, mantendo a equipe liderada pelo gerente Valdir. Tomara que dê certo. O Imbé e Tramandaí não podem perder o seu melhor restaurante.
E a memória do seu Júlio merece.
O forte do Palato são os peixes e frutos do mar. Mas tudo que está no cardápio é de primeira.
Este astral garante o sabor da comida...
Seu Júlio, no centro, com Valdir, ao lado direito.
A foto, de arquivo, é de uma comemoração de bodas de casamento de um casal de clientes que fez questão de posar junto com o pessoal do restaurante.
sexta-feira, 3 de maio de 2013
A BEIRA-MAR É DO POVO!
A prefeitura de Guarujá, em São Paulo, com o apoio da Secretaria do Patrimônio da União (SPU) está notificando os proprietários da sofisticada praia de Pernambuco para que desocupem uma faixa de 25 metros entre suas propriedades e a praia, liberando assim o seu acesso para moradores e veranistas. A prefeitura pretende construir lá um calçadão, cliclovias e outros equipamentos públicos.
O que era para ser uma ação rotineira de zelo pelo patrimônio público é, infelizmente, uma rara exceção. O normal é a ocupação, pura e simples, da faixa de 33 metros de terra paralela às praias denominada "área de marinha", propriedade da União, ou seja, da população. Por um decreto de 1946, todos os brasileiros teriam direito a usufruir da beira-mar. Mas, com a complacência das autoridades, a ganância dos empreendedores imobiliários fez com que condomínios de luxo, hotéis, pousadas, barracas de praia e mansões ocupassem uma área que deveria ser de todos.
Guarujá: mansões avançam até a beira-mar
.
Presidência da
República
Casa CivilSubchefia para Assuntos Jurídicos |
Vide texto compilado | Dispõe sôbre os bens imóveis da União e dá outras providências. |
O PRESIDENTE DA
REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o artigo 180, da
Constituição,
DECRETA:
SEÇÃO I
DA ENUNCIAÇÃO
DA ENUNCIAÇÃO
Art.
1º Incluem-se entre os bens imóveis da União:
a) os
terrenos de marinha e seus acréscidos ;
b) os
terrenos marginais dos rios navegáveis, em Territórios Federais, se, por
qualquer título legítimo, não pertencerem a particular;
c) os
terrenos marginais de rios e as ilhas nestes situadas na faixa da fronteira do
território nacional e nas zonas onde se faça sentir a influência das marés;
SEÇÃO II
DA CONCEITUAÇÃO
DA CONCEITUAÇÃO
Art.
2º São terrenos de marinha, em uma profundidade de 33 (trinta e três) metros,
medidos horizontalmente, para a parte da terra, da posição da linha do
preamar-médio de 1831:
a) os
situados no continente, na costa marítima e nas margens dos rios e lagoas, até
onde se faça sentir a influência das marés;
b) os
que contornam as ilhas situadas em zona onde se faça sentir a influência das
marés.
quinta-feira, 2 de maio de 2013
TRAVESSIA PORTO SEGURO-ARRAIAL DA AJUDA
Travessia na balsa do rio Buranhém, do Arraial d'Ajuda para Porto Seguro, Bahia.
Magia e beleza, muita beleza.
Clique nas fotos para ampliá-las